"Dessa vez, não vou falar nada. Minha foto saiu em todos os jornais e eu não ganhei nada com isso. Ninguém veio me ajudar. Meus filhos não me procuraram. Não mudou nada na minha vida. Continuo aqui".
Foi assim que Rita Gonçalves nos recebeu (estava mais uma vez ao lado da fotógrafa Alcione Ferreira)um ano depois da publicação do especial "As veias abertas do Recife". Menos aberta, mais amarga. Com razão.
Muitas vezes, o entrevistado cria expectativas exageradas em relação a uma matéria de jornal, uma reportagem na tv... e, quase sempre, não está preparado para uma reação negativa. Acontece.
Rita imaginava que, ao ler o texto de 2005, os seus filhos poderiam mudar de postura, resgatá-la daquele cenário degradante e ainda mais assustador um inverno depois. Aconteceu o oposto. "Disseram que eu fui ridícula em aparecer no jornal", desabafou a ex-prostituta(em uma frase que, não lembro exatamente o motivo, optei por não incluir na segunda reportagem).
Talvez resumisse tudo. O tempo que, no fundo, não passou entre 2005 e 2006.
Sem o desabafo direto, o mesmo sentimento foi contado com outras palavras. Abaixo, coloco alguns trechos:

Um comentário:
Esperança cega. Que todos temos. O mais interessante é saber que milhares de pessoas passam na frente desse prédio todos os dias (eu mesmo o fotografei) e não sabem da história por trás das paredes. Quantas e quantas histórias se perderão no tempo sem nem sequer serem conhecidas?
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