Neste blog, as postagens dividem-se entre reportagens e capas de jornal. Às vezes me perguntam o que é mais difícil fazer e, sem dúvida, fico com a segunda opção. Não apenas pela missão de ter que resumir tudo em uma frase, uma palavra, uma imagem. Ou ter que lotear o espaço entre dezenas de acontecimentos importantes do dia. O complicado mesmo para fazer uma capa de jornal é a escolha. Mais ainda: a pressa e a pressão em fazer esta escolha.
A noite/madrugada de ontem deixa bem claro o quanto isso é difícil. A notícia da morte de Steve Jobs nos pegou - no Diario de Pernambuco - em pleno processo de concepção da capa. A primeira escolha já era delicada: Que espaço merecia a notícia? De início, a ideia mais simples era colocar uma barra acima da manchete, que seria sobre empregos temporários no Recife. Sequer chegamos a fazer essa opção.
Em questão de minutos, não se falava mais em outra coisa. Na internet e fora dela. Todos conversavam sobre isso. E parecia ficar mais claro que se tratava de um personagem de uma era. Um homem que interferiu diretamente no modo como vivemos e nos relacionamos. O caminho estava escolhido.
Daí pra frente, a tempestade de ideias. Colocamos a maçã pra lá e pra cá...de todas as formas. Olhamos fotos de Jobs. Quase sempre aquelas escuras, com sombras e a maçã ao fundo. E daí em diante várias linhas e possibilidades foram evoluindo e se consolidando. Quatro delas foram definidas. Três ficaram prontas. Uma foi para as ruas.
A escolhida surgiu de forma despretensiosa. Em um rabisco de lápis de Jarbas Domingos. Quando o editor de arte, Mascaro, viu aquele desenho, já enxergou a capa pronta. Quando ele me mostrou, a manchete "O homem que deu rosto ao futuro" surgiu com a velocidade de um diálogo
.
Uma capa foi para as ruas. As outras - que em outros tempos estariam condenadas ao inevitável "delete" - optamos por disponibilizá-las na internet. Virou conteúdo extra no site e na versão iPad do Diario. E uma boa história para contar neste blog. As artes são de Greg (maçã + planeta) e Pedrom (Steve).