sexta-feira, 7 de outubro de 2011

CAPA - Continuando...

A força das redes sociais formaram uma onda espontânea de repercussão - derrubando várias fronteiras (não apenas geográficas) - em torno de duas capas do Diario neste ano. A do massacre do Realengo e a da morte de Steve Jobs.


As duas inegavelmente nasceram de um instante de inspiração. Seja a manchete "12 mortos, 190 milhões de feridos", que surgiu no início da tarde, ou o desenho simples de Jarbas Domingos, esboçado quando já era madrugada.

Mas a inspiração, os insights, as boas e raras ideias, na verdade, não surgem por acaso. É fundamental ter espaço para que isso aconteça. O que só é possível quando existe um processo de trabalho consistente. Uma base conceitual. Poderíamos até tentar resumir como "liberdade de criação". Mas nem de perto resumiria.

A liberdade acabaria sendo dispersa se não houvesse um conceito e várias pessoas trabalhando junto em torno deste conceito que une jornalismo, fotografia e arte.Essa união de ferramentas, de visões e de interpretações de um fato forma um filtro natural.E a inspiração só se torna algo concreto e funcional ao passar por esse filtro.

Enfim...esta postagem é para (tentar) mostrar um pouco desta base, com mais três capas que passaram por esse filtro:


Esta foi uma capa quádrupla publicada no último dia de 2010. As quatro páginas formavam uma retrospectiva da década.

A reportagem sobre a verticalização do Recife - uma das 20 cidades com prédios mais altos do mundo - pedia uma capa que mostrasse isso. Daí a aposta de quebrar o padrão e trazer uma manchete também vertical.

E no dia em que a foto já dizia tudo. A opção por ela dizer tudo. Numa capa sem manchete.

Um comentário:

Vandeck Santiago disse...

Texto muito esclarecedor, Fred. Explica que há um trabalho em equipe e fala do fundamental espaço proporcionado pela direção de redação para que isso prospere - a tal liberdade de criação. Modesto, você acaba até reduzindo o tamanho de sua participação nesse processo (que eu julgo bem maior do que aparece no texto). Aproveito também para dar-lhe parabéns por dar o merecido crédito a Jarbas Domingos em relação à capa do Steve Jobs ("A ideia foi dele"). A propósito, a capa chegou aos olhos do Juan Antonio Giner, o fundador da Innovation: no Twitter (@giner) ele elogia o trabalho e diz "ilustração extraordinária!" (o ponto de exclamação é dele). Abraços.